Maio Laranja alerta sobre abuso sexual de crianças e adolescentes

Maio Laranja alerta sobre abuso sexual de crianças e adolescentes
Cerca de 80% das agressões contra crianças de até 14 anos acontecem dentro de casa

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Eliza Fiuza

Nos quatro primeiros meses de 2025, Goiás registrou 793 casos de estupro de vulnerável contra crianças e adolescentes. No mesmo período, foram contabilizadas 458 notificações de maus-tratos e 162 de importunação sexual, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Diante dos números, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), por meio da Coordenadoria da Infância e Juventude, intensificou neste mês a campanha Maio Laranja, que integra uma mobilização nacional permanente de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes. O dia 18 de maio, instituído pela Lei nº 9.970/2000, marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

A campanha tem como objetivo ampliar o debate público sobre esse tipo de crime, que frequentemente ocorre em ambientes familiares. Levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria aponta que cerca de 80% das agressões contra crianças de até 14 anos acontecem dentro de casa e são, em grande parte, cometidas por familiares ou pessoas próximas.

“O agressor geralmente é alguém do convívio da criança, e isso reforça a necessidade de uma atuação integrada entre Justiça, escolas, profissionais da saúde, segurança pública e sociedade civil para romper o silêncio e garantir o acolhimento adequado às vítimas”, destacou a coordenadora da Infância e Juventude do TJGO, juíza Célia Regina Lara.

Entre as ações promovidas pelo Judiciário goiano estão a escuta especializada e o depoimento especial, previstos na Lei nº 13.431/2017, que visam proteger a vítima de novas revitimizações durante o processo judicial. Também fazem parte das estratégias de conscientização os gibis educativos “Chega pra lá!” e “Depoimento Especial”, distribuídos em escolas e espaços públicos, além de uma campanha digital voltada à sensibilização da sociedade.

A juíza Célia Lara reforça que qualquer pessoa pode e deve denunciar situações suspeitas por meio de canais como o Disque 100, Polícia Militar (190), Conselho Tutelar ou delegacias especializadas.