A Prefeitura de Goiânia aplicou 19,02% da receita corrente líquida em ações e serviços públicos de saúde no primeiro quadrimestre de 2025. O percentual supera em 4,02 pontos percentuais o mínimo constitucional de 15%, conforme demonstrado no relatório de prestação de contas apresentado pelo prefeito Sandro Mabel, na Câmara Municipal.
O documento, elaborado pela Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz), revela que a receita total arrecadada no período foi de R$ 2,23 bilhões, um crescimento nominal de 14,25% em relação ao mesmo período de 2024. Descontada a inflação de 5,53%, o aumento real foi de 8,27%. Outro destaque foi o crescimento de 15,90% nas transferências do Sistema Único de Saúde (SUS), que passaram de R$ 261,7 milhões em 2024 para R$ 303,3 milhões neste ano.
A prestação de contas detalha ainda o desempenho fiscal do município nos primeiros quatro meses do ano, que foi marcado por um superávit orçamentário de R$ 705 milhões, o maior já registrado em um primeiro quadrimestre na história de Goiânia. O resultado primário, que considera a diferença entre receitas e despesas, excluindo pagamento de juros da dívida e receitas e despesas do RPPS, foi de R$ 156 milhões.
Segundo o prefeito Sandro Mabel, o resultado é reflexo direto da adoção de uma política de austeridade, diante do estado de calamidade financeira enfrentado pela administração. “Estamos estabilizando as finanças com responsabilidade fiscal e planejamento estratégico. Com aumento de receita e redução de despesas, nossa meta é alcançar superávit de R$ 1 bilhão por quadrimestre para investir em áreas prioritárias”, afirmou.
Durante a audiência pública conduzida pelo presidente da Comissão Mista da Câmara, vereador Cabo Senna, o prefeito respondeu a todos os questionamentos dos parlamentares sobre os principais programas e ações da gestão, com ênfase nas áreas de saúde, educação, infraestrutura e zeladoria urbana.
COMPARATIVO
No comparativo das receitas correntes, o município arrecadou R$ 3,3 bilhões no 1º quadrimestre de 2025, frente aos R$ 2,88 bilhões registrados em 2024 – alta nominal de 14,47%. No mesmo período, a despesa total caiu 7,47% em relação ao ano anterior. Considerando apenas os valores empenhados em 2025, a redução chega a 18,23%.
O relatório também demonstra que a despesa com pessoal ficou em 46,65% da receita corrente líquida, bem abaixo do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 51,3%.
A arrecadação com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) superou R$ 600 milhões, enquanto a receita com o Imposto Sobre Serviços (ISS) foi de R$ 480 milhões. A soma da receita tributária total no período atingiu R$ 1,57 bilhão, ante R$ 1,32 bilhão registrados no mesmo quadrimestre de 2024. “O foco da gestão é continuar ampliando a arrecadação e reduzindo as despesas, buscando o equilíbrio fiscal por meio da cobrança dos inadimplentes e da eficiência na gestão tributária”, explicou o prefeito.
COMPENSAÇÃO NAS TRANSFERÊNCIAS
Apesar da frustração nas transferências correntes provenientes da União e do Estado, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e a cota-parte do ICMS , que apresentaram perda real de aproximadamente 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado, Goiânia conseguiu compensar essa queda com o crescimento da receita própria.