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Campanha nas redes sociais relembra a atuação da Assembleia Legislativa na assistência às vítimas do Césio 137

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Três meses após o maior acidente radiológico do mundo, ocorrido fora de uma usina nuclear, a Assembleia Legislativa de Goiás deu sua contribuição no sentido de mitigar os efeitos da tragédia. A Casa avalizou o projeto que autorizava o governo do Estado a criar uma estrutura capaz de promover um atendimento integral às vítimas. A Lei nº 10.339 estabelecia que a Fundação Leide das Neves (Funleide) tinha a finalidade de acompanhar, de forma permanente, os efeitos do acidente radioativo de Goiânia.  

O nome da fundação era uma homenagem à primeira vítima fatal do ocorrido: a menina Leide das Neves Ferreira, de apenas 6 anos. Sobrinha do dono de um dos ferros-velhos onde a cápsula de césio foi manipulada, a garotinha chegou a ingerir partículas do elemento, ao se alimentar depois de ter brincado com o pó de brilho azulado. Ela faleceu em outubro de 1987, no Hospital Marcílio Dias (RJ), para onde parte dos atingidos diretamente pela radiação, foram transferidos para tratar os graves sintomas da contaminação.

Além de Leide, morreram também, naquele ano, a tia da menina, Maria Gabriela Ferreira e dois funcionários do ferro-velho: Israel Batista dos Santos e Admilson Alves de Souza. Mas os números do césio foram bem maiores. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, no total, foram monitoradas 112.800 pessoas, das quais 249 apresentaram significativa contaminação interna e/ou externa. Em 120 delas, a contaminação foi apenas em roupas e calçados, e as mesmas foram liberadas após a descontaminação. 

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As outras 129 passaram a receber acompanhamento médico regular. Destas, 79 com contaminação externa, receberam tratamento ambulatorial; dos outros 50 radioacidentados com contaminação interna, 30 foram assistidos em albergues em sem-isolamento e 20 foram encaminhados ao Hospital Geral de Goiânia. Destes últimos, 14 em estado grave foram transferidos para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro, onde além dos quatro que foram a óbito, oito desenvolveram a Síndrome Aguda da Radiação (SAR), 14 apresentaram falência de medula óssea e 01 sofreu amputação do antebraço. 

No total, 28 pessoas desenvolveram em maior ou menor intensidade, a Síndrome Cutânea da Radiação. Os casos de óbito ocorreram cerca de quatro a cinco semanas após a exposição ao material radioativo, devido a complicações esperadas da SAR – hemorragia (02 pacientes) e infecção generalizada (02 pacientes).

A Funleide 
 
Além de prover atendimento médico, psicológico e social aos radioacidentados, a Funleide sistematizou diversos dados que fomentaram pesquisas científicas inéditas sobre os efeitos da radiação do Césio 137. A instituição, que passou a funcionar em fevereiro de 1988, reunia equipe multidisciplinar de saúde para prestar assistência médica e social às vítimas direta e indiretamente atingidas pelo acidente. 

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Entre os mais importantes direitos conquistados pelas vítimas por intermédio da Funleide, estão a inclusão deles como conveniados do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado (Ipasgo). Em 2011, ela foi transformada em Centro Estadual de Assistência aos Radioacidentados Leide das Neves (CARA).

A campanha “Alego Faz História” é publicada toda sexta-feira, no Twitter, Instagram e Facebook da Alego. 

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