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Comunidade Kalunga com suas tradições e cultura é mostrada na série Nossa História das redes sociais da Alego

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São mais de 200 anos de uma história de luta, de resistência, de afirmação da cultura de um povo. A comunidade Kalunga teve origem no século XVIII por negros escravizados e levados para trabalhar nas minas de ouro. A comunidade Kalunga, seu povo, suas tradições e riquíssima cultura, é mostrada, nessa semana, na série Nossa História, iniciativa da Seção de Publicidade, Imagem e Identidade Corporativa (SPI) da Assembleia Legislativa de Goiás, que destaca marcos importantes da história do povo goiano. A campanha é publicada sempre aos sábados nas redes sociais do Parlamento goiano.

Como escravos, faziam de tudo, nas piores condições de trabalho: cavavam as beiras dos rios e ribeirões, com os pés e as pernas dentro da água, tirando o cascalho misturado com as preciosas pepitas de ouro, que era preciso separar. Outros viviam a maior parte do tempo na escuridão, trabalhando nas minas que precisavam cavar, cada vez mais fundo, para tirar o ouro de dentro da terra. 

Com tanta violência, desde que eram retirados à força da sua terra natal, passando por toda a crueldade dos trabalhos forçados, a fuga de negros escravos era uma constante. Nos locais onde se reuniam, começaram a surgir os quilombos. Mas, muitas vezes, os quilombos eram encontrados e os escravos levados de volta e castigados por seus senhores. Algumas punições eram extremamente cruéis,  como os que chegavam a queimar os pés dos negros com gordura quente, para evitar que fugissem novamente. 

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Com isso, os escravizados foram percebendo que era preciso fugir para o mais longe possível e para lugares de mais difícil acesso, reduzindo asssim as chances de serem encontrados. 

A região da Chapada dos Veadeiros reunia essas características: cercada de serras e morros cheios de buritis que se estendem até onde a vista alcança. Serra do Mendes, do Mocambo, Morro da Mangabeira, Serra do Bom Jardim e por aí vai, encostas íngremes, cheias de pedra. Caminhos estreitos, amplo de curvas, de sobe e desce, quase perdidos no meio do mato. E do outro lado, os paredões de pedra, funcionando como verdadeiras muralhas, de difícil transposição.  

Assim, o povo Kalunga foi se formando. Hoje são três as comunidades, sendo que a mais populosa  está em Cavalcante, e tem mais de duas mil pessoas, distribuídas nas localidades do Engenho II, Prata, Vão do Moleque e Vão das Almas.  

O território Kalunga é o maior sítio histórico e cultural do País em extensão. São mais de 230 mil hectares de Cerrado protegido, abrigando cerca de quatro mil pessoas em um território que estende pelos municípios de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás. A área ocupada pela comunidade Kalunga é reconhecida pelo Governo de Goiás, desde 1991, como sítio histórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga (Lei Estadual Nº 11.409/1991). E em fevereiro de 2021, o local foi reconhecido pela ONU como o primeiro Território e Área Conservada por Comunidades Indígenas e Locais (Ticca) do Brasil.
 
Na língua banto, a palavra kalunga significa lugar sagrado, de proteção. Nome mais que propício para uma terra que abrigou, protegeu e possibilitou a preservação da cultura de um povo, que deu uma contribuição imensurável ao nosso País, inclusive, com as milhares de vidas perdidas durante a escravidão. 

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