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Frente em Defesa das Universidades se reuniu com comunidade da UEG nesta 2ª-feira. Gomide comandou os trabalhos

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A Assembleia Legislativa realizou, na tarde desta segunda-feira, 27, uma reunião híbrida da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades para tratar de alternativas que fortaleçam o ensino universitário de qualidade e regionalizado em Goiás. O orçamento da Universidade Estadual de Goiás (UEG) para o ano de 2022 também esteve em debate. Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente do colegiado, Antônio Gomide (PT), e também contou com a presença da deputada Delegada Adriana Accorsi (PT). O encontro foi conduzido de dentro do auditório Solon Amaral da Alego.

O debate foi promovido com o reitor da UEG, professor Antônio Cruvinel Borges Neto, com diretores de institutos acadêmicos e coordenadores de alguns câmpus da instituição. Compareceram a presidente da Associação dos Docentes (Adueg), professora Juliana Vasconcelos Braga; o pró-reitor de pesquisas de pós-graduação da UEG, Cláudio Roberto Stacheira; o diretor do Instituto de Ciência Sociais Aplicadas, Rodrigo Messias; o coordenador da unidade UEG de Porangatu, Lucimar Marques da Costa Garção; o coordenador da unidade UEG de Posse, Ronaldo Ferreira da Silva; além do conselheiro da Associação dos Docentes da UEG, Marcelo Moreira.

Durante a reunião, foi repassada uma mensagem do governador Ronaldo Caiado (DEM) à comunidade acadêmica. Na mensagem lida pelo reitor Antônio Cruvinel, o chefe do Executivo goiano garante a realização de concursos para esse ano e a inclusão, no orçamento de 2022, da progressão salarial aos seu docentes e técnicos.

Além de Antônio Gomide e Adriana Accorsi, também fazem parte da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades os seguintes deputados: Karlos Cabral (PDT), Lêda Borges (PSDB), Alysson Lima (Solidariedade), Wagner Neto (Pros), Humberto Aidar (MDB), Helio de Sousa (PSDB) e Delegado Humberto Teófilo (PSL).

Na abertura dos trabalhos, Gomide falou da satisfação em debater a realidade da UEG e do orçamento para 2022. O parlamentar destacou a valorização da universidade e a contribuição para uma melhor qualidade na Educação em nível superior, e traduziu o sentimento dos envolvidos em relação às mudanças sofridas pela UEG com a eleição do novo reitor. Ele acrescentou que, apesar da pandemia de covid-19, o pleito transcorreu dentro de um processo democrático.

“Queremos que a UEG seja uma oportunidade para a sociedade ter um curso superior em 39 cidades goianas de forma estratégica. A Frente Parlamentar busca aprofundar o debate e buscar soluções para mais qualidade no ensino superior em Goiás”, ressaltou Gomide.

Durante a reunião, a deputada Delegada Adriana Accorsi (PT) ressaltou a importância de debater o tema na Alego para garantir dignidade e direitos para a população. “Estamos muito felizes em estar aqui na companhia do reitor e dos demais participantes, especialmente a professora Juliana Vasconcelos, que luta pela valorização e direitos dos docentes da UEG. Hoje, nossos professores não estão sendo tratados com a atenção que merecem e sabemos que o retorno às aulas é um grande desafio para professores e alunos. Temos dois desafios a enfrentar. O primeiro é o orçamento e o segundo é a valorização dos trabalhadores da educação”, comentou Adriana.

Por sua vez, o reitor da UEG, professor Antônio Cruvinel Borges Neto, falou da necessidade de discutir o tema e da importância da participação do Parlamento goiano neste processo. “Trago dois momentos para a discussão inicial. Hoje, a UEG se firma em uma nova trajetória e estamos sendo respeitados em nossa autonomia, já que o Governo não interveio na nossa participação nesse Parlamento. Viemos aqui para defender uma plataforma de ensino superior para o estado. Estaremos presentes sempre que convidados. Tenho essa liberdade e precisava dar esse testemunho aqui”, detalhou.

Autonomia administrativa e financeira

Sobre o tema “ A nova realidade da UEG”, o reitor Antônio Cruvinel observou que a universidade passou por um processo de expansão não planejada com 56 representações de cursos e mais de dez unidades em 2005, porém só realizou concurso público em 2010. Fato que, segundo ele, revela que a UEG passou por cinco anos fomentando cursos que necessitavam de mais estrutura. “Hoje, pagamos o preço dessa situação. Passamos por dificuldade de oferecer cursos com qualidade e precisamos tornar a instituição mais dinâmica. Temos autonomia administrativa e orçamentária, desde que se cumpra as diretrizes orçamentárias com planejamento”.

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O reitor afirmou, ainda que, em 2020, a Alego aprovou uma verba de R$ 50 milhões para investimento e custeio, mas há muita dificuldade de entender que o orçamento não pode ser alterado dentro do grupo finalístico. “A necessidade de buscar valorização do quadro docente é uma missão da nossa gestão. Estamos em processo de negociação que está avançado, porém, falta o consenso do Estado para avançar”, pontuou.

Além disso, Antônio Cruvinel destacou algumas conquistas. “Já alcançamos alguns avanços, a exemplo do curso de Medicina de Itumbiara, que foi revisto em sua matriz juntamente com a coordenação local, porém ainda precisamos de um concurso para atender os cursos de formação na área da Saúde. Isso já está avançado. Conseguimos o chamamento do cadastro de reserva para Medicina e Medicina Veterinária. Estamos há menos de dois meses de gestão e buscamos encontrar soluções porque a UEG lida com o quadro administrativo e humano”, comentou, durante sua explanação da atual situação da UEG.

O Antônio Cruvinel frisou, ainda, que valorizar os servidores não depende do fomento próprio da instituição. “A oportunidade de discutir as fragilidades nessa Casa é uma forma de pensar as dificuldades orçamentárias, encontrar uma solução para investir no quadro funcional e enxugar o rito administrativo de forma célere. Nós destinamos mais de R$ 5 milhões para pesquisa esse ano e precisamos sensibilizar o poder público para garantir incentivos. Por isso estamos aqui para discutir meios e ações de investimento para a UEG”, colocou.

Orçamento

O coordenador do Instituto de Ciências, de Saúde e Biológicas da UEG, Luciano da Ressurreição, declarou que a oferta de vagas nos primeiros períodos de 2021 da UEG tem sido executada dentro de um novo estatuto. “Foram feitos estudos em relação à oferta ou não de vagas. Desde 2019 a UEG sofreu com a exoneração de professores temporários e que, até então, não foram providas novas vagas do corpo docente. A UEG atende, não somente, a estudantes goianos, mas também, a estudantes de outros estados e precisa passar por melhoria da qualidade dos processos seletivos e não do fechamento de unidades”, pontuou.

Já a presidente da Associação dos Docentes da UEG de Itaberaí, Juliana Vasconcelos, lembrou que desde 2020 a categoria busca junto à Alego melhorias para o corpo docente e comunidade escolar.  “Nossa luta é no sentido de que os 2% sejam retornados à UEG para garantir progressões e titulação ao corpo docente e pesquisa. Como será possível implementar isso dentro do orçamento de 2020?”, questionou a professora. 

Em resposta ao questionamento da professora Juliana Vasconcelos, o reitor da UEG, Antônio Cruvinel, fez a leitura de uma postagem publicada pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) em suas redes sociais. “A Educação é prioridade em nosso Governo. Depois de dar o maior orçamento da história da UEG, no valor de R$ 304 milhões, já incluí no orçamento de 2022 a progressão salarial aos seu docentes e técnicos. E, também, vamos fazer concurso em 2021 para 94 docentes no campus de Saúde de Itumbiara”, declarou o governador.

O reitor resumiu o pronunciamento do governador como uma boa notícia para a categoria e disse que: “isso é fruto de uma articulação e entendo a ansiedade das pessoas acerca da UEG. Essa é a resposta inicial para a professora Juliana”, frisou. 

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Qualidade do ensino

O professor Edson Batista, diretor-suplente da UEG, parabenizou a iniciativa do deputado Antônio Gomide com a Frente Parlamentar e apresentou algumas carências sobre a qualidade do ensino da Universidade em relação ao corte de recursos e garantias institucionais de investimentos.

“Há programas de pós-graduação com formação qualitativa, mas que não tem uma impressora, e que mesmo assim tem formado profissionais.  Mesmo com todas as dificuldades orçamentárias é responsável em formar os professores da rede básica estadual e qual é o movimento da atual reitoria para cobrar esses investimentos do Governo?”, perguntou.

Em resposta, o reitor da UEG disse que o movimento de retomada do orçamento foi iniciado hoje com a reunião da Frende Parlamentar. “Esse é um momento simbólico de mostrar que a UEG tem maturidade de discutir, se encontrar com suas fragilidades e tentar trazer para ela suas responsabilidades. Não vou jogar a responsabilidade no Governo porque estamos falando de milhões. A UEG está disposta a lutar por esse avanço e a postagem do governador mostra que estamos avançando e a autonomia é algo que devemos conquistar juntos”, ponderou.

Aulas presenciais

O reitor respondeu ao presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE), Ranilson Júnior, sobre retorno das aulas presenciais e previsão de fechamento de cursos. Antônio Cruvinel afirmou que as aulas presenciais só serão retomadas após segurança vacinal de duas doses, provavelmente entre janeiro e março de 2022.

“A UEG precisa da União Estadual dos Estudantes lá dentro para motivar os alunos, mudar e transformar vidas na graduação. Se houve vestibular, o curso não será extinto. A reitoria não fará acepção de cursos. Sobre o retorno presencial, sabemos que é uma situação séria e estamos amadurecendo a ideia para consolidar a proposta de que os matriculados em novembro, assim que vacinados com as duas doses, iniciaremos em janeiro as aulas presenciais, antes disso, serão vídeo-aulas, caso não haja uma nova onda de covid-19”, justificou.

Considerações finais

Ao final dos questionamentos de parlamentares e servidores da UEG, o reitor afirmou: “Não devolveremos nenhum centavo ao Governo da verba destinada à reitoria nessa gestão. Faço o compromisso com todos vocês para mudar a história da UEG e executar todo o orçamento”.

Na sequência, Antônio Cruvinel ressaltou que, para oferecer ensino de qualidade, é necessária a realização de concurso público para mais de 700 professores, mais custo orçamentário de mestres e doutores. “Para aprofundarmos nisso devemos avaliar a situação de cada unidade. A exemplo de Porangatu, temos hoje 11 docentes. Precisaríamos de 60 para atender em plenitude os cursos oferecidos. Então, nosso desafio principal é humano. Não só orçamentário”, avaliou.

Antes de finalizar sua participação, o reitor solicitou apoio da categoria e dos parlamentares goianos para viabilizar a realização de concursos públicos para melhor atender às demandas dos cursos oferecidos pela UEG em Goiás. “Acredito que o orçamento de R$ 304 milhões disponibilizados pela Governadoria seja suficiente para manter a Educação. Para além desse valor, temos a possibilidade de buscar progressões e ganhos substanciais para valorizar nossos professores e avançar em investimentos. Iremos usar grande parte da verba para investir nos professores, além disso, teremos espaço para melhoria de investimentos dentro das universidades. Mas, não posso dar um número exato porque precisamos ter condições de executar um orçamento. Se a Alego puder trazer um orçamento de investimento para a UEG será muito bem recebido. Não vou fechar números porque o governador já garantiu um pouco mais do que havíamos previsto”, finalizou.

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