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Na Alego tramita projeto de lei que visa instituir política de fomento ao empreendedorismo das mulheres

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Nesta sexta-feira, 19 de novembro, é celebrado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, data que tem o objetivo de promover a liderança feminina e a visibilidade das mulheres que gerenciam um negócio. Na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) tramita, inclusive, um projeto de lei que visa instituir política de fomento ao empreendedorismo das mulheres.

Na matéria de n° 3887/19, o deputado Wagner Neto (Pros), propõe a política de estímulo ao empreendedorismo feminino, que inclui medidas educativas e de fomento à economia para as mulheres. O objetivo é que elas possam assumir cargos de liderança e assim atuarem com uma ferramenta importante para a retomada de uma economia menos desigual.

De acordo com o deputado, essa é uma estratégia para obtenção de maior inclusão social promovendo a integração das mulheres no processo educacional, elevando sua escolaridade por meio de formação integral que possibilite buscar o aumento da produtividade e a promoção da competitividade econômica. Para isso, a propositura incentiva a criação de polos tecnológicos, formação de redes de mulheres empreendedoras, estímulo à inclusão digital e aperfeiçoamento do processo de difusão de tecnologias.

A essa matéria foi apensado o projeto de lei n° 2531/20, de autoria do deputado Virmondes Cruvinel (Cidadania), com o mesmo teor. O projeto já recebeu parecer favorável da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa e está apto para discussão e votação em Plenário.

Propostas para fomentar o empreendedorismo feminino são fundamentais. A presença feminina na frente dos negócios tem crescido significativamente nos últimos anos. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil.

Outro levantamento, realizado pelo Sebrae Goiás, também aponta que do total de empresas criadas em Goiás, a taxa de negócios criados por mulheres cresceu de 24% do total em 1980 para 42% em maio de 2020. Desses números, 55.020 das mulheres são empregadoras, enquanto as que trabalham por conta própria totalizam 297.649.

Histórias de mulheres empreendedoras

A mentora em comunicação e palestrante Liliane Bueno faz parte desse grupo de mulheres que investiram no próprio negócio. Ela começou a empreender em 2017 porque, diz, sentia vontade de usar a comunicação como ferramenta de trabalho para além do jornalismo tradicional.

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“Eu sempre tive muitos sonhos e sabia que, só com o salário que eu recebia, não seria possível realizá-los. Como a dinâmica de ter dois empregos era inviável para mim, vi no empreendedorismo a possibilidade de uma renda extra, inicialmente. Em 2017, comecei a atuar com palestras e treinamentos em comunicação para empresas. Mas a passos lentos, já que minha maior energia estava dedicada principalmente para o meu trabalho como repórter de TV. Apenas em novembro de 2019, quando pedi demissão da emissora onde trabalhava, que pude me assumir como empreendedora. Passei a focar mais na internet e, em fevereiro de 2020, iniciei as mentorias em comunicação e cursos on-line. Escolhi uma emissora menor, que aceitasse o fato de eu empreender e ali pude planejar minha transição de carreira, que aconteceu em junho deste ano”, conta Liliane.

A mentora em comunicação, que decidiu sair do regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 2021, mesmo durante a pandemia da covid-19, explica que, no início, empreender neste período foi muito desafiador. “Primeiro, havia desenhado todo meu produto como presencial, então precisei me reinventar. Passei a investir mais tempo em conteúdo de qualidade na internet, divulguei o que sabia e descobri a possibilidade de atender pessoas que sofreram muito por não saber se comunicar neste contexto. Passei a ajudá-las. Com a internet, hoje tenho clientes até em outros países, como Estados Unidos, Portugal e Índia”, destaca.

Walquiria Soares também se encontrou no empreendedorismo, especificamente na área comercial. Mesmo durante a pandemia da covid-19, ela viu a necessidade de empreender e, aos 40 anos de idade, depois de 24 anos dedicados a venda de joias, abriu a própria empresa na área. “Desde nova, eu tinha vontade de ter meu negócio e isso se intensificou com a maternidade. Sou mãe de três crianças e me deparei com a necessidade de descobrir minha verdadeira identidade. Voltei a sonhar novamente e abri meu e-commerce de joias no atacado e no varejo.”

Ela lembra que empreender na pandemia foi difícil e ousado. “Mesmo assim encontrei forças e sigo firme no meu propósito, que é, também, por meio de minhas peças, fazer com que outras mulheres descubram a força e a beleza que elas têm.”

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Desafios 

Apesar do número alto de mulheres empreendedoras em Goiás, ainda há problemas, como a média de rendimento menor, dificuldades para conseguir crédito e até preconceito. Liliane Bueno explica que já enfrentou desafios até por ser considerada nova demais. Lembra que teve sua idade questionada e quiseram saber se alguém tão nova daria conta de palestrar para um time comercial.

“Além disso, percebo que algumas pessoas ainda enxergam a mulher com uma certa vulnerabilidade e que dever ser ‘boazinha’ nos negócios. Não deixo esses comportamentos me abalarem, sou segura do que eu faço. Já fiz especialização em MBA na minha área de atuação, fiz parte da graduação em Jornalismo fora do Brasil, tenho formação em Docência, estudo Comunicação e Neurociência e sou coautora de um livro. Eu batalho muito pela minha empresa, foco em resultados e trabalho por soluções”, pontua a palestrante.

Para quem quer empreender, Liliane aconselha que a pessoa primeiro identifique se quer ter o próprio negócio ou apenas sair do emprego. Ela pontua que, em vários casos, a insatisfação com o emprego faz com que a pessoa queira largar tudo e ache que, tendo seu próprio negócio, não terá patrão. Mas não é assim que funciona, afirma, pois somente com a motivação certa a pessoa conseguirá se guiar nos dias difíceis do empreendedorismo.

A empreendedora coloca ponto primordial, que é se planejar. “Eu levei um ano e meio para fazer minha transição de carreira total e foi muito importante. Consegui trabalhar sem o peso nas costas porque meu salário da TV pagava as contas. Pude reinvestir na empresa com o dinheiro que entrava. E pude testar possibilidades. Além disso, também oriento buscar informações e aprender sobre gestão, produtividade e, principalmente, sobre a vida que você deseja ter com saúde e paz. Isso vai ajudar a construir um negócio sustentável e que te respeite”, frisa Liliane.

Walquiria também destaca que é importante alinhar os sonhos e objetivos e é essencial planejar cada detalhe e meta do negócio. “Aos poucos, vamos superando os desafios e alcançando tudo que almejamos. É preciso paciência e persistência”, finaliza.

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