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Saúde no radar do Alego Ativa

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Atender às necessidades da população e dos municípios goianos. O que, lá atrás, em 2019, começou como apenas uma expectativa, hoje, é realidade em todas as regiões do estado. Uma realidade que nem mesmo os danos causados por uma pandemia avassaladora, que, em dois anos, ceifou a vida de mais de 600 mil brasileiros e mais de 26 mil goianos, foi capaz de apagar.

Com 14 municípios visitados e mais de cinco mil quilômetros rodados, o Alego Ativa chegou em Rio Verde, no último sábado, 28, com dezenas de milhares de atendimentos realizados. As ações ofertadas pelo programa, desde o seu lançamento, em 2019, ganharam, nessa 15ª edição, um destaque ainda mais especial, batendo recorde em frentes de atendimentos. Ao todo, foram ofertados, ao público presente no evento, 142 serviços, nas mais variadas áreas. 

Até mesmo o presidente da Casa, deputado Lissauer Vieira (PSD), entrou para a fila dos atendimentos, experimentando, pela primeira vez, os serviços ofertados pelo Centro Estadual de Referência em Medicina Integrativa e Complementar (Cremic). Após tomar a dose do medicamento homeopático contra a dengue, ele foi atendido pela servidora Maria de Fátima Almeida, a Fafá do Cremic, que aplicou a técnica da auriculoterapia, no anfitrião do evento. 

Em discurso proferido durante a cerimônia de abertura, em Rio Verde, Lissauer enalteceu essas parcerias, reconhecendo a importância dos atendimentos prestados pelo Cremic e pelas demais instituições envolvidas no evento. “Batemos recorde no número de parceiros e serviços ofertados à nossa população. Hoje temos, aqui, 142 frentes de serviço, ofertadas por mais de 40 parceiros”, comemorou. 

O presidente da Alego também destacou os benefícios alcançados a partir do trabalho prestado por cada uma das organizações participantes do evento. “Somos um município grande, com muitas demandas, que não poderiam ser, hoje, atendidas, se não fosse essa parceria com todos os institutos, universidades, associações, federações e, também, com a Prefeitura de Rio Verde e o Governo do Estado, que estão todos aqui presentes, nos ajudando a realizar essa grande edição”, arrematou.

Em matéria de abertura do evento foram destacados os atendimentos prestados na área jurídica, como o Procon Goiás, que foi novidade nessa 15ª edição, e a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPEGO), parceira em todas as realizações do Alego Ativa. Os serviços ofertados pela Secretaria da Retomada, outra parceira de peso do programa, e pela GoiásFomento, também estiveram no radar.

No município de Rio Verde, onde o agronegócio é predominante, as frentes de serviço voltadas à área ficaram em evidência. Os atendimentos voltados aos microempreendedores do campo, principalmente crédito facilitado e oportunidade de expor e comercializar produtos na Feira do Produtor Rural, foram destaque.

Abaixo, um breve balanço com outros atendimentos que também foram destaque, nesse fim de semana, em Rio Verde:  

Saúde

Os serviços da área da saúde são carro-chefe em todas as edições do Alego Ativa e, em Rio Verde, a situação não foi diferente. Na ocasião, foram oferecidas diversas modalidades de atendimentos, envolvendo vários tratamentos e, também, campanhas educativas. 

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No rol de ações executadas, incluíram-se: vacinações contra o novo coronavírus e outras epidemias (sarampo, influenza, difteria); pesagem e avaliação de Índice de Massa Corporal (IMC) com acompanhamento nutricional de equipe do Programa Auxílio Brasil do Governo federal; testes rápidos de glicemia, covid-19, sífilis, HIV e hepatite B; aferição de pressão. E, ainda: orientações sobre combate à dengue com equipe de vigilância sanitária, coleta de preventivo em mulheres de 25 a 64 anos (colposcopia), dentista, oftalmologista, além de várias terapias integrativas. 

Uma equipe formada por profissionais e estagiários da Universidade de Rio Verde (UniRV) foi protagonista nos atendimentos convencionais. Clara Costa, de 22 anos, foi uma das voluntárias. Estudante do 5º ano de Medicina, ela integrou a equipe de triagem das consultas junto com os doutores em clínica geral. “Hoje estamos cumprindo horas de estágio pelo programa de Medicina da Família e Comunidades, onde damos cobertura na parte de atenção primária à população. Isso envolve o diagnóstico e acompanhamento de doenças mais comuns, como hipertensão e diabetes”, explicou.

Clara Costa informou, ainda, que os atendimentos na área são prestados, regularmente, em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e, eventualmente, em veículos móveis, como o que esteve estacionado durante todo o último sábado na praça do Bairro Popular, em Rio Verde. “Hoje, aqui, estamos recebendo muitas demandas, que continuaremos acompanhando, posteriormente, e dando continuidade aos tratamentos, nas UBSs. Muita gente com pressão alta. É o maior evento que estou participando, enquanto estudante de Medicina. Está sendo uma vivência muito diferente e interessante”, relatou, agradecida.  

Terapias integrativas

Terapias integrativas foram destaque no campo dos atendimentos não convencionais em saúde. A auriculoterapia ganhou brilho particular, com a visita do presidente da Alego, que foi atendido pela terapeuta Fafá do Cremic. 

Fafá explicou que o atendimento realizado em Lissauer, na ocasião, foi, apenas, uma “degustação”, visto que o tratamento efetivamente demanda, no mínimo, dez sessões. “Estou fazendo uma harmonização, pegando os pontos principais para essa finalidade”, comentou, enquanto ia grudando os grãozinhos de mostarda na orelha do anfitrião do evento. 

A terapeuta destacou os pontos do sono, da ansiedade, do relaxamento do músculo do ombro. “Ele é um cara que trabalha muito, carregando o peso que o povo não quer carregar. Isso aqui é a profilaxia da ansiedade, para prevenir que ele seja acometido por esse mal”, frisou.

Após receber a “degustação”, Lissauer, que não conhecia nenhuma das técnicas ofertadas pelo parceiro citado, mostrou-se interessado em dar continuidade ao tratamento. “Vou fazer. Gostei”, disse, agradecendo, ao se despedir da tenda do Cremic. 

A técnica aplicada em Lissauer constitui uma parte importante da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e se destaca como um ramo na especialidade da Acupuntura. Ela consiste na estimulação mecânica de pontos específicos do pavilhão auricular (orelha) e é aplicada para o alívio de dores e no tratamento de problemas físicos e psíquicos, podendo, também, ajudar a diagnosticar doenças, por meio da observação de alterações nas localidades estimuladas. 

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Os estímulos são feitos, principalmente, com o auxílio de grãos de mostarda, mas outros materiais granulares, como mini esferas metálicas e, até mesmo, microagulhas, também podem ser igualmente utilizadas. Oficializada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma terapia de microssistema, a modalidade integra a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs), sendo uma das 29 abordagens terapêuticas reconhecidas pelo Ministério da Saúde, atualmente.  

Além da homeopatia e das técnicas da MTC, que afora a acupuntura e auriculoterapia, também envolvem ventosaterapia, moxabustão e práticas corporais chinesas, das quais talvez a mais conhecida seja o Tai Chi Chuan, o Cremic oferta, ainda, aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), atendimentos em diversas outras modalidades. Dentre elas, se incluem, ainda, as seguintes: plantas medicinais e fitoterapia, meditação, osteopatia, reiki, terapia comunitária integrativa, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar e terapia de florais.

A presença em eventos como o Alego Ativa é, hoje, a principal forma da população do interior acessar os serviços do Cremic, cujas atividades estão concentradas em Goiânia. Para receber os atendimentos, na Capital, os usuários precisam solicitar encaminhamento no posto de saúde mais próximo de sua residência. 

Acupuntura

As ações do Cremic foram complementadas pelas da Secretaria Municipal de Saúde de Rio Verde, que foi responsável pela oferta das sessões de acupuntura. O acupunturista Wmarley Guimarães comandou os atendimentos na área, onde já atua há três anos. “É um trabalho maravilhoso. Já fiz mais de 10 mil atendimentos pelo SUS, beneficiando muita gente com esse tratamento. Só nessa manhã, já atendi 20 pacientes e todos relatam que saíram melhores”, comentou, entusiasmado. 

Wmarley, que também é fisioterapeuta e atua como acupunturista fora do município desde 2004, lista algumas das principais patologias já tratadas em seus atendimentos. Segundo ele, dor de cabeça e na coluna, depressão, ansiedade e estresse e fibromialgia são alguns dos tratamentos com melhores resultados alcançados ao longo desses anos. 

A lista de doenças citadas se repetiu, também, nos atendimentos do Alego Ativa. Um dos exemplos foi protagonizado por Nair dos Santos, que há anos sofre com as dores causadas por uma artrite, que acomete várias partes do corpo dela. Aposentada pelo INSS, a idosa afirma que o benefício recebido é praticamente todo investido em medicamentos. “Tem mês que vai mais de R$ 500 em remédio, na farmácia. E os outros gastos, como fica?”, lamentou.

Acompanhada da filha, Luzinete dos Santos, de 51 anos, dona Nair relata alívio sentido após a primeira sessão de acupuntura feita por Wmarley e afirma que buscará dar continuidade ao tratamento. “Bom demais”, manifestou, ao se levantar da maca. 

Na Alego, as discussões acerca da política de práticas integrativas e complementares ganhou destaque durante a 16ª Legislatura, quando, por iniciativa do então deputado Luis Cesar Bueno (PT), lei correlata foi aprovada no estado de Goiás, fazendo com que as PICs passassem a integrar a rede pública de saúde goiana. A regulamentação encontra-se em vigor desde 2009.  

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