Com a aproximação do Exame Nacional do Ensino Médio para pessoas privadas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade (Enem PPL), a Unidade Penal de Arraias, administrada pela Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), aplicou um simulado do exame a 15 custodiados da unidade. O simulado aconteceu nos dias 28 e 29 de janeiro e teve o objetivo de analisar os conhecimentos dos participantes.

Segundo o chefe da Unidade, Myller Bispo, a aplicação da prova foi realizada pelos policiais penais, sob a coordenação do chefe de cartório da unidade. “O simulado tem como objetivo a análise de conhecimento dos alunos. Após a avaliação, serão identificadas as dificuldades de cada um, para que os professores foquem nos pontos que eles apresentam menor desempenho”, explicou.

A simulação do exame aplicada aos custodiados foi composta por 90 questões objetivas em cada prova, divididas em Linguagens e Códigos, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática, além da Redação.

Myller Bispo ressaltou que a iniciativa prepara os custodiados para uma oportunidade que abre portas, que é a educação. “Vejo esse projeto como mais uma chance dos reeducandos conseguirem alcançar seus objetos através do estudo. É de suma importância esse contato da rede educacional, para que possa diagnosticar a deficiência de cada aluno e levá-los ao êxito em conseguir boa nota no Enem”, frisou.

Parcerias

Para a agente analista em execução penal e coordenadora da política de educação nas Unidades Penais, Renata Keli Marinho Duarte, a ação só foi possível devido ao auxílio prestado pela equipe da Escola Estadual Silva Dourado. “A Unidade Penal de Arraias tem se destacado graças à parceria com a Escola, o diretor Sérgio e demais profissionais da equipe escolar, que providenciaram o material pedagógico para que os custodiados tivessem acesso às ações educativas, como esse simulado. Parceria assim, mostra a presença do Estado em detrimento ao crime organizado e reflete na execução penal exitosa”, ressaltou.

Expectativas

O reeducando, D. R. I., 23 anos, que fará o exame pela terceira vez, têm planos de cursar faculdade. “A minha expectativa é que eu consiga fazer uma boa prova e assim tirar uma nota suficiente para conseguir ingressar em algum curso e ao alcançar a liberdade, ser uma pessoa melhor”, almeja.

Edição: Luiz Melchiades