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Goiás alerta para início do vazio sanitário da soja

Goiás alerta para início do vazio sanitário da soja

Medida começa em 27 de junho e proíbe o cultivo e a presença de plantas vivas de soja até 24 de setembro


Divulgação

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) alerta os produtores rurais para o início do vazio sanitário da soja em todo o território goiano, a partir de 27 de junho. Até 24 de setembro, fica proibido o cultivo e a manutenção de plantas vivas de soja, incluindo as tigueras – aquelas que germinam espontaneamente após a colheita.

A medida tem como objetivo prevenir e controlar a ferrugem asiática, doença considerada uma das mais severas da cultura da soja.

De acordo com o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, o período de 90 dias sem plantas vivas no campo é essencial para reduzir o inóculo do fungo causador da doença e garantir a sanidade das lavouras.

“O produtor rural goiano sabe da importância do calendário fitossanitário e é parceiro da defesa agropecuária. Cabe à Agrodefesa orientar e reforçar a adoção de medidas fitossanitárias para reduzir a incidência da ferrugem asiática no campo, assegurando a sanidade vegetal e os bons resultados da agricultura goiana”, afirmou.

O gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Leonardo Macedo, destacou que o vazio sanitário é uma estratégia consolidada no manejo da ferrugem.

“Estamos falando de algo respaldado pela ciência e pela experiência no campo. O vazio sanitário é uma etapa estratégica no manejo da ferrugem asiática, e seu cumprimento é decisivo para garantir produtividade e competitividade para os produtores goianos”, explicou.

Também da Gerência de Sanidade Vegetal, o coordenador Mário Sérgio de Oliveira reforçou o papel da Agência na disseminação de informações sobre o tema.

“Nosso compromisso não é somente de fiscalização, mas sim de orientação e de apoio técnico ao produtor. A participação ativa do setor produtivo é fundamental para o sucesso das políticas fitossanitárias e, consequentemente, para mantermos Goiás como referência nacional na produção de grãos”, disse.

Goiás é atualmente o terceiro maior produtor de soja do país, atrás apenas de Mato Grosso e Paraná. O estado tem papel relevante na economia agrícola nacional e nas exportações.

Segundo o 11º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em 12 de junho, a estimativa para a safra 2024/2025 é de 20,4 milhões de toneladas de soja, cultivadas em uma área de 4,95 milhões de hectares, com produtividade média de 4,12 toneladas por hectare.

CALENDÁRIO

De acordo com a Instrução Normativa nº 06/2024 da Agrodefesa, a partir de 25 de setembro será permitida a presença de plântulas emergidas de soja no campo. O prazo final para a semeadura vai até 2 de janeiro de 2026.

O cadastro das lavouras no Sistema de Defesa Agropecuária (Sidago) deve ser feito em até 15 dias após o fim do calendário de semeadura, ou seja, até 17 de janeiro de 2026.

DOENÇA

A ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que atinge as folhas da planta, formando pequenas pústulas de coloração marrom ou alaranjada. A doença se propaga por esporos transportados pelo vento e pode percorrer grandes distâncias.

Na presença de plantas vivas, o fungo se multiplica rapidamente, provocando desfolha precoce, redução da produtividade e aumento dos custos com aplicação de fungicidas.

Com alta capacidade de disseminação, a ferrugem asiática pode causar perdas superiores a 70% da produção em áreas severamente afetadas. Por isso, é considerada a principal ameaça sanitária à cultura da soja.

 

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