Governo Milei endurece regras de imigração

Heloisa Pantoja

Foto: Tomas Cuesta/Getty Imagens

Nesta quarta-feira, 14, o gabinete do presidente da Argentina informou que emitiu um decreto restringindo a entrada de estrangeiros no país. O decreto entrará em vigor assim que for publicado no Diário Oficial do país.

Seguindo uma linha de governo de direita, assim como muitos outros presidentes latino-americanos e da Europa, o governante começa a endurecer as regras para os imigrantes, tanto novos quanto os já residentes. Ele afirma que a Argentina sempre foi um país aberto ao mundo e a todos que desejam contribuir com a sociedade, mas que agora percebe que os imigrantes estariam se utilizando dos benefícios sociais pagos pelos cidadãos argentinos.

Dentre as normas impostas, destaca-se uma que muitos países desejam ver implementada: negar a entrada de estrangeiros condenados por crimes em seu país de origem. Também será necessário o pagamento pela utilização de serviços de saúde para residentes, transitórios, temporários e irregulares.

Agora, a norma exige que os imigrantes, mesmo que visitantes, tenham um seguro saúde antes de entrar no país, alegando que o governo teve gastos muito altos com estrangeiros utilizando o serviço público de saúde. As universidades nacionais poderão cobrar uma taxa dos estudantes universitários temporários.

A cidadania agora será concedida apenas a residentes com mais de dois anos ou aqueles que tenham feito investimentos relevantes para o país. Já os que estão no país terão que comprovar meios de subsistência suficientes e apresentar antecedentes criminais.

ATUALIDADE

Desde a chegada de Milei ao governo, o país se tornou um dos mais caros da América Latina, o que fez com que muitos estrangeiros abandonassem o território argentino. Isso inclui estudantes brasileiros que cursavam no país e retornaram ao Brasil devido à constante oscilação na inflação do governante. 

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em dezembro de 2024, a Argentina recebeu 581.600 turistas, sendo a maioria (22,5%) brasileiros; em 2023, 90 mil brasileiros residiam na Argentina.